segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Em debate, candidatos do Rio ignoram propostas e trocam acusações Leia mais sobre esse assunto

A uma semana da eleição, os candidatos à prefeitura do Rio abriram mão do detalhamento de propostas e usaram o debate da Rede Record para ataques recíprocos, explicitando a estratégia da reta final da campanha. Optaram por fazer perguntas em que pudessem explorar a contradições dos adversários, concentrando as críticas principalmente no candidato da máquina administrativa municipal, Pedro Paulo (PMDB) — como aconteceu em situações anteriores. O peemedebista, por sua vez, tentou polarizar com Marcelo Crivella (PRB), líder isolado nas pesquisas de intenção de voto, e passou a referir-se a ele como bispo, numa tentativa de ligá-lo à Igreja Universal. Durante suas agendas, Pedro Paulo tem dito que é o único que tem condições de derrotar o candidato do PRB no segundo turno. Pedro Paulo virou alvo de Marcelo Freixo (PSOL), Indio da Costa (PSD), Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (Rede) ainda no primeiro bloco. Todos lembraram a acusação de que o peemedebista bateu na ex-mulher, Alexandra Marcondes. Pedro Paulo foi investigado em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e inocentado, posteriormente. Indio da Costa lembrou do episódio ao responder uma pergunta, feita pelo candidato do PSOL, sobre educação.
— Vamos valorizar professor, gestores, colocar o aluno em primeiro lugar. E vamos ensinar desde cedo não só esporte, filosofia, artes, mas também que não se deve bater em mulher, agressão doméstica é crime. Não se trata de uma questão do casal, se trata de uma lei, a Lei Maria da Penha. Uma vez que alguém bate em mulher, passa a ser caso de interesse público. Não pode ficar parado na delegacia, mesmo que a pessoa tenha poder para isso.
Em debates anteriores, a acusação fora citada, mas, na Rede Record, as críticas foram ainda mais intensas. Jandira falou sobre a violência contra a mulher:
— De fato, as mulheres sofrem muita violência, física, psicológica e política. Quando é desqualifica, acham que o lugar dela não é na política. É fundamental dizer que, na cidade de maioria de mulheres, quase metade das famílias é chefiada por mulheres. Numa cidade como essa não cabe um gestor com denúncia de agressão às mulheres.
Molon foi sorteado para perguntar a Pedro Paulo e questionou o peemedebista sobre a falta de propostas para coibir a violência contra a mulher. Na resposta, Pedro Paulo reforçou a estratégia de polarizar com Crivella. Esse plano foi adotado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) na eleição de 2014, quando também enfrentou o candidato do PRB. Em seguida, Pedro Paulo repetiu o discurso de debate anteriores, dizendo que foi inocentado pelo STF.
— Deputado, tem que conhecer a lei e respeitar as instituições, temos que respeitar quando a Justiça absolve. Eu fui absolvido. Você pode não votar em mim por causa das nossas políticas em saúde e educação, mas não com base no que é falso e no que eu achei falso.

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