Após cinco rodadas de negociações e sem consenso entre bancários e
banqueiros, a paralisação completou 20 dias, neste domingo, 25. Nesta
segunda-feira, passará a ter a mesma duração da mobilização no ano
passado, de 21 dias. Pode se tornar a mais longa dos últimos anos,
superando a de 2013, quando os trabalhadores do sistema cruzaram os
braços por 24 dias, segundo contabilizou o Sindicato dos Bancários de
São Paulo, Osasco e região, ligado à Central Única dos Trabalhadores
(CUT). O sindicato estima a participação de 60 mil trabalhadores. No
total, 16 centros administrativos e 780 agências foram fechadas sexta.
Apesar do eventual recorde, os bancos, conforme fontes, tendem a não
oferecer um reajuste maior do que o concedido em 2015. No ano passado, a
categoria reivindicou 16%, mas o reajuste ficou em 10%, com correção de
14% no vale-refeição e alimentação. Neste ano, a diferença está ainda
maior. Os bancos oferecem 7% (o que leva a 2,39% de perda salarial) e um
abono de R$ 3,3 mil. Os bancários pedem o dobro, aumento de 14,78%
(ganho real de 5%, considerando a inflação). A contraproposta, porém,
foi rejeitada e nas duas últimas reuniões realizadas, nos dias 13 e 15
de setembro, não houve mudanças. "Claramente, os bancos estão mais duros
este ano e a diferença entre os pedidos é alta. O sindicato vai ter de
ceder, mas a categoria vai testar ao máximo", avalia um analista que
acompanha o setor bancário. Do lado dos bancos, não há a expectativa de
que o acordo salarial eleve os custos. Na avaliação de um executivo do
segmento, ainda que o aumento fique acima do orçado pelas instituições,
será possível compensar com corte de custos, o que inclui até corte de
funcionários. Os bancos têm sido rigorosas no controle de gastos. O
Bradesco revisou para baixo a sua projeção de despesas operacionais - de
4,5% a 8,5% passou para o intervalo de 4% a 8%. O Itaú Unibanco também
refez seus cálculos. As despesas não decorrentes de juros da instituição
devem crescer de 2,0% a 5,0% em 2016. (A Tarde)
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